sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Genesis 39


José encrencado no xilindró!

Erguei as mãos, infiéis! Erguei as mãos! Vocês lembram da história de José? Nem eu. Mas trocando em miúdos, José era o xodó do pai Israel e, por isso mesmo, o desafeto de todos o seus outros irmãos. Num belo de um balaio de gato, José acabou sendo comprado como escravo pelo eunuco Putifar, ex-ator pornô e atual chefe da guarda do Faraó Egípcio. E é assim que começa nosso capítulo, com Zezinho residindo e trabalhando na casa do patrão.

Mas José era um cara que tinha nascido com a bunda virada pra lua. “O Senhor estava com José, e tudo lhe prosperava” (Gênesis 39:2). E o Faraó percebeu que José era um cara ponta firme e confiou-lhe todos os seus bens e empreendimentos. E “o Senhor abençoou a casa do egípcio, por causa de José: a bênção do Senhor desceu sobre tudo o que lhe pertencia, na casa como nos campos” (Gênesis 39:5). Até o sinal do celular ficou mais forte e a internet parou de cair. Quando a benção do Senhor desce, desce com tudo!

A coisa ia muito bem até o surgimento de um fator complicante: A mulher do Faraó (não, a Bíblia não se dá ao trabalho de dar um nome à ela) resolveu que queria dar para José. Aí, meu caro, o caldo engrossou. Uma bela noite ela se aproximou de José vestindo uma toga pra lá de provocante e disse: “Dorme comigo.” (Gênesis 39:7). “Dorme comigo, seu pedaço de mau caminho!”. Mas nosso herói não queria furar o zóio de seu patrão e resistiu ao lânguido flerte da primeira-dama. “Como poderia eu cometer um tão grande crime e pecar contra Deus?” (Gênesis 39:9). E logo correu para o banheiro pra tomar aquela ducha gelada. Mas as investidas da mulher-do-Faraó continuaram diariamente e José se esquivava como podia. A mulher queria dar de qualquer jeito. Dava pra assar um espetinho de carne no calor que saía debaixo daquela toga! Misericórdia! Quando ela não se agüentava mais, agarrou José pelo manto e deu um ultimato: “Me possua, seu lindo!” Mas José era de ferro (ou a mulher era muito broaca mesmo) e saiu correndo, deixando-a com o manto na mão. E esse foi seu erro.

A mulher-do-Faraó, enfurecida por ter sido rejeitada como um tomate xoxo na feira, levou o manto para seu marido e disse: “O escravo hebreu que nos trouxeste, veio à minha procura para abusar de mim. Mas, pondo-me a gritar, deixou o seu manto ao meu lado e fugiu" (Gênesis 39:17-18). Filha da puta! Isso é calúnia! Tá lá no Código Penal, Artigo 138, confere? Mas o Faraó não quis saber. O seu escravo favorito, a quem lhe havia confiado até as cabras, meteu-lhe uma bola nas costas assim, sem dó? “Cadeia nele!”, bradou o Faraó, “Cadeia nele!”, e saiu batendo portas e chutando cadeiras. José foi enquadrado pela guarda faraônica, “teje preso!”, e imediatamente encaminhado para o presídio. Ô castigo, viu?

Mas como você bem sabe, amigo leitor, José era um dos predestinados, um dos sorteados na loteria cósmica do nosso Bom Javé. E onde ele ia, a benção divina ia atrás. Não demorou muito para que o carcereiro-chefe percebesse que Zé era o cara: gente fina, boa pinta e cheio de tereco-teco. Logo, José foi promovido de prisioneiro a ajudante de carcereiro, ficou responsável por todos os prisioneiros e nunca mais teve que abaixar para pegar o sabonete no banho coletivo. Ninguém soltava um pum que não tivesse o aval de José. Glória ao povo de Javé!

Que enrascadas será que aguardam nosso herói na sua nova vida no presídio?